Tenho olhado
mais para o meu futuro e não só para o deles
Tenho pensado
mais em mim e não tanto neles
Se falas
comigo estou-me a cagar se falas com eles
Tanta
conversa deep e quando vês essa história de vida nem é deles.
Mas ficas
agarrado à conversa, preso num texto escrito em prosa
Não leias os
meus à pressa só por não ser tudo cor-de-rosa
Mas peço
desde já desculpa por este ser só mais um em tantos
Tantos
cenários nesta peça mas os meus eu só os vejo pretos e brancos
Entretanto
eu perdi-me nos entretantos
E mesmo
estando entre tantos perdi-me entre os diabos e os santos.
Tenho
tentado alcançar o meu futuro e tenho passeado no meu passado
Perco-me no
tempo a pensar em tudo o que perdi por ter pensado
Mas agora
rasgo as páginas em que escrevi o que havia passado
Se sabes do
que falo, se leste o que escrevi, meu caro amigo, desde já obrigado
E espero que
estejas feliz, que continues aqui, desde esses tempos até ao fim, do meu lado
Agora faço o
que sempre quis, não vivo como quero mas vivo como tem que ser
Vivo sem
parar porque aqui o lema é “parar é morrer”
E eu não
paro de escrever, antes escrevia mas não valia de nada, isso é certo
As frases
eram compridas, sentidas mas eu não dizia nada em concreto
Só dizia o
que fazia, a vida que vivia, e agora vejo que nunca fiz o correto
Agora acerto
quando falo, agora eles dizem “sou todo ouvidos”
O que digo
no momento, porque é certo e sabido
Se eu digo,
se eu escrevo é sentido, e mesmo sem sentido tu sabes que sentes
O que eu
digo porque te vês a ser compreendido mesmo que sejamos diferentes
Antes éramos
futuros delinquentes, agora vêm-nos como futuros presidentes.